terça-feira, 10 de novembro de 2009

Limite

O meu desiquilíbrio vem de opostos.
Vem do silêncio extremo e do barulho mais ensurdecedor ao mesmo tempo.
Vem da paixão quente e abrasadora e da frieza glaciar que me inunda.
Vem do choro desalmado e da expressão mais estupefacta.
Vem da dor e da satisfação.

Arde
Arde tão forte que já não sinto agonia.
E a agulha que puxa o meu centro para fora, aquela que pretende arrancar-me os orgãos entra cada vez mais fundo.
E ela chama... chama por mim. A morte chama por mim.
Os tremores desenvolvem-se num engasgar. Como se a realidade fosse demasiado dura para se mastigar.
É como a ferida aberta que rasga mais um pouco e se inunda em sangue.
É como o revólver cruel da indiferença.
É como aqueles poucos segundos antes do além, em que a vida nos passa toda diante dos olhos.

Hoje não vai dar...
Vai ter que ser.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pathos

I'd like to die.
I'd like to kill you.
I'd like to feel as if I owned death.

It echoes in the darkness and it calls my name.
It knows me so well, as if I'd never been born.
When you look at me, my skin burns of guilt.
And I feel my eyeballs bursting.

I cannot see colour. Not the sky, not the sun.
Black and grey, that is my world. The world I have now embraced as mine.
Just get over with it.
Take me to the place where I'll be trespassed.
Invaded like a penetrated soul.

Just take me way.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"In sickness and in health"


"It's going to get better..."
"When?!"
"WHEN?!"

sábado, 24 de outubro de 2009

Just SAY it

If I could... If I actually could.
If it'd stop raining... Maybe I could do it.
I look in the mirror and I don't recognise myself. I will be able to do it someday, I hope.
I will look at myself and I will say it...
SCREAM IT
And I won't be ashamed of it.
I won't be ashamed.
Because it's normal... And I can fail. I CAN FAIL.
I have to let me have my bad moments.
So, maybe someday, sometime, I'll look in the mirror and SCREAM to the world...













There... I said it.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

...

seriously,
fuck life

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Descobertas

"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda fazer Teatro; examine se estende as suas raízes pelos recantos mais profundos da sua alma; confesse a si mesmo: morreria se lhe fosse vedado fazer teatro? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila da sua noite: "Sou mesmo forçado a representar?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade."
Rainer Maria Rilke, adaptado.
Quando estou deitada na cama à noite, na penumbra do meu quarto, antes de adormecer, pergunto-me, questiono-me... No dia em que a resposta for "não", nesse dia, saberei que deixei de ser eu própria.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ar Fresco

Is it time? I'm guessing it's today... I don't know why really, it's just a feeling, a vibration, nothing certain. A night of awareness, of understanding, I guess I could say the light beggining to emmerge at the end of the tunnel. How good to feel a little confort, a distance hug. I'll do it... I will... and with a smile on my face!
O destino destina, mas o resto é COMIGO!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Reencontro

Estou muito cansada e apetece-me escrever. Há muito tempo que não me apetecia escrever; desde o tempo em que me roubaste as palavras. Estou a olhar pela janela e vejo o amanhecer a impôr-se cada vez mais, no entanto tenho a certeza de que não passa das duas horas da madrugada. Hoje sou o reflexo daquilo que fui e sou a sombra daquilo que serei. Não sou aquilo que sou nem aquilo que pretendia ser, tal como a luz do amanhecer que se infiltra na madrugada. Sou tal como o espelho partido que dá sete anos de azar e como os morangos fora de época. Sou aquilo que fazem de mim enquanto páro para observar a folha que outrora foi verde e que agora cai castanha no chão a anunciar o outono. Adoro a maneira como se dedilha as palavras e como se lhes dá forma. Primeiro surgem na mente como que em névoa e depois, ao passá-las para a escrita, tomam outra aparência, como se a ideia original ficasse oculta numa beleza que para ela foi especificamente criada. Realmente aquilo que sou não passa de um embelezamento da minha própria natureza. Um embelezamento criado pelos outros e para outros, para que eles consigam olhar-me e ver a tal folha que é levada pelo vento, para que para eles, a folha não caia, mas esteja simplesmente à deriva ao sabor da brisa. Por isso é que sou o reflexo do que em tempos fui e a sombra daquilo em que me tornarei... nunca constante e sempre distante. Distante da azáfama humana que toma lugar a passear nas ruas populadas da cidade. Mas não, a minha alma paira sempre num lugar longíquo, onde só os meus pensamentos têm permissão para entrar. É nesse lugar que o meu "eu" se torna "eu" e deixa de ser simplesmente a superfície de um lago. Dá-se o maravilhoso encontro entre a mente e o espírito e o corpo deixa de se movimentar para passar a levitar.
Quero um dia olhar à volta e ver em todas as paredes que me rodeiam, todas as paredes que há medida que o tempo passa se tornam mais apertadas, ver em todas as multidões, o lugar longíquo que marca a passagem do consciente para o inconsciente... o meu, e só meu, Nirvana.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

É que nada mais importa, nada mais conta, nada mais chega. Nada me satisfaz, nada me põe contente. Não consigo escrever porque não há nada para dizer. Como disse o meu caríssimo compatriota, Eugénio de Andrade, as palavras estão gastas. Não digo porque não consigo. Não amo porque não tenho amor para dar. Estou vazia, oca, nua... Estou despida de tudo. Não há nada a que me agarre porque nada vale a pena. Tiraram-me tudo. Levaram-me aquilo pelo qual eu achava que valia a pena lutar. Acabou, para mim acabou. Preciso de renascer das cinzas, porque neste momento, neste preciso momento, não tenho nada cá dentro. Não tenho nada que me faça acordar todos os dias de manhã, não tenho nada por que ansiar. Não tenho nada. Levaram-me tudo. Tudo. Conseguiste. Conseguiram fazer de mim uma pobre criatura. Uma pessoa de quem se tem pena. Olho para mim e não queria ser quem sou, não queria estar aqui, neste mundo. Não queria ter estas olheiras tão vincadas nem este corpo tão ossudo. Não queria ter estas feridas que não param de sangrar. Não queria ter esta vontade de deixar de existir. Não queria ter esta agonia que arde tanto... Não queria estar nua, exposta. Não queria estar vulnerável. Estou doente por dentro. Estou doente de uma doença que não tem cura. Estou débil e frágil, como nunca estive. Puseram-me assim e o que se passa comigo não se resume a um dia mau. É então que me pergunto, quando é que isto vai passar?
Passa quando algum dia se conseguir cruzar a linha do horizonte. Passar o limite do consciente para o inconsciente.
No dia em que se encontrar a cura...

domingo, 2 de agosto de 2009

Até sempre

Não sei mesmo o que dizer nem o que pensar.
Os pensamentos são tantos e tão rápidos que estou extraordinariamente calma.
Foi um dia de emoções fortes, é verdade.
Um turbilhão delas.
Chego ao fim, da mesma maneira como entrei nesta saga que é a minha vida, sem acreditar em nada nem em ninguém.
Acabo aqui, na situação que antecede uma viragem, um novo início, mas sim, estou sozinha.
Só me tenho a mim, ao silêncio e ao Teatro. Tenho a solidão do Teatro.
E é mesmo assim, com foi, como é e como será,
Eu, o silêncio e o Teatro.
Sempre.
Até ao fim.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Juliet's Lullaby

"Tu, homem, conquista a vida eterna."
1 Tim. 6, 12

Conquistarei e serei; no entanto, porque é que o mundo desaba à minha volta? Talvez o mundo não, mas pelo menos a minha concepção de vida, sim. Estou a adoecer, os sistemas do meu corpo vão-se encerrando, as portas vão-se fechando quase que a forçar-me a desistir. Roubam-me o que resta de espírito e eu estou prestes a declarar falência. O que estás a fazer? Diz-me. Estás a testar-me? A pôr-me à prova? Não me leves ao meu limite, queres que bata no fundo para voltar a erguer-me?

Então é isso que farei.

Amanhã vencerei todos os meus medos. Amanhã vou merecer-te Julieta, acredita.
Amanhã vou ser-te Julieta.
Amanhã e sempre. Vou ser-te, como sempre fui.

Serei uma eterna Julieta.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Começou...

Já tenho um vislumbre daquilo que és.
Já te conheço.
Já sei como pensas e como reages.
Já sei o que te faz feliz e o que te incomoda.
O que é que me falta? Ligação.
O tempo escapa-me por entre os dedos e sinto-o a fugir.
Será que vou ser capaz? Como?
Não consigo.
Preciso de ti para o fazer, estás do meu lado?
Já posso dizer que te amo...
Nem sabes como me deixa feliz.
Eu amo-te... eu já te amo.
Agora falta-me ser, "ser-te".
Vou conseguir? Não sei.
Mas pelo menos mexeste, tocaste e viraste o meu mundo ao contrário.
Só por isso te agradeço.
Fizeste mais do que muitos.
Amo-te... amo-te Julieta.
Amo-te Romeu, mesmo não sabendo quem és.

Amo-te

Amo-te

Só porque te amo... só porque me apaixonei por ti... só porque és o meu Romeu.

Boa noite Julieta.
Hoje vou adormecer a pensar em ti e acordarei a fazer o mesmo.
Até amanhã.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Olhar para trás

1 de Abril de 2009
Hoje sentei-me aqui para escrever. Para variar um pouco quero pensar mesmo naquilo que passo para aqui. Quero lembrar-me do que sinto, do que penso, do que acontece, para que hoje saia tudo com clareza. Ainda não me apercebi da gravidade da situação. É verdade. Eu sei que ainda não encarei o destino de frente nem o enfrentei, por enquanto sou cobarde. Vou-me agarrando à ideia de que ainda faltam uns meses e fecho o assunto dentro de uma gaveta e não penso nele. Vou-me agarrando a uma esperança inútil de que tudo vai correr bem e de que não passa de uma fase má. Recuso-me a enfrentar a realidade, talvez seja mais do que aquilo que eu consiga aguentar. Com tanta confusão, por estar mais distante, parece-me o mais pequeno dos problemas, quando na verdade é o maior.
-
É verdade, sentia-o na altura e sinto-o agora.
O destino destina, mas o resto é connosco...
Será?

domingo, 31 de maio de 2009

Juliet's Trilogy

"I don't have the strength to stay away from you anymore"
"Then don't"

Há algum tempo disse que estava rodeada pelos meus livros, deitada na cama e que não conseguia chorar.
Hoje, estou deitada na cama, rodeada por nada e só consigo chorar.
Queria encontrar-te, mas queria mesmo. Não quero olhar para o céu todas as manhãs da maneira como olho.
Quero olhar para o céu de maneira diferente, quero levantar-me da cama de maneira diferente e quero trocar a ordem de lavar a cara e de pôr os brincos.
Quero, ao sair de casa olhar para trás de maneira diferente. Sentar-me no banco do comboio de maneira diferente.
Preciso da mudança que sei que trarias e que farias em mim. Gostava de ter esperança e de saber escrever.
Gostava de saber cantar. Palrear.

"Não ter forças para se estar afastado de alguém... como?
Estou aqui imóvel a tentar imaginar como seria.
Os nódulos entre os meus olhos ecoam de dor.
Vou adormecer e sonhar contigo, meu amor. Romeu.
Sou Julieta sem pedir nada em troca, sou tua Julieta sem que mo peças."

O texto está estendido em cima da mesa de cabeceira. Está aqui ao meu lado. Só preciso de um empurrão. Preciso de um PC para trabalhar. É só disso que preciso.
Ou não... ou talvez precise de mais. Talvez precise de sentir o que nunca senti.
Talvez precise de uma força que não tenho e que não conheço. Talvez isto não seja para mim. Quero dormir. Nunca mais acordar. Quero sonhar e ver. Quero recordar.
É disso que preciso ou é de algo concreto? Acho que é de algo concreto, mas parece-me que isso não tenho. Tenho que mentir-me e dizer que não.Vou conseguir? Não, não.
Sim.

"Tu não podes ensinar-me a esquecer"
Não podes não, por mim ninguém o faz. Só porque não quero... aliás, não. Que estou a dizer? Se pudesse passá-lo a alguém não hesitava.
Será porque sou fraca, porque não sei viver a dor? É por isso que não atinjo, porque não vejo a dor com olhos de ver? Podes realmente dizer que sim... mas sei que no fim não há-de ser assim... nunca é e nunca há-de ser.
Ah, mas a esperança, como? Não pode ser verdade. Foi-se. Não, já chega, tenho que a restituir. Consigo, força, estás quase lá...
Não.
Foste.
Quero adormecer Julieta.
Quero adormecer, Julieta. Vens comigo?
É um pedido...

..................................................................................................

Shall we?
Mudar isto... posso?
Mas não posso mudar o texto.
Já está escrito.
Como é que já está escrito?
Não pode.
Não posso consentir.
Não deixes... protege-me. Para sempre.
Quem és tu? Não sei... Quem és? Quem és? Aparece, aparece... estou há tanto tempo à espera.
Romeu, tua Julieta

te aguarda

te aguardo

"aqui ficarei esperando por esse sol que me anima"

Se ele um dia aparecer.

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Onde é que estás?
Anda cá.
Vem cá, não fugas. Agarra-te a mim.
Pega-me, leva-me contigo.

domingo, 24 de maio de 2009

Tempo de Mudança

Estendeu-se uma enorme melancolia sobre a minha escrita.
Se as palavras são moldáveis, há que moldá-las.
Passei a só saber escrevê-las desta forma, melancólica.
Preciso de uma renovação, de ideias e pensamentos, ambições e visões.
Tenho que reorganizar as gavetas.

Aviso que estou em vias de remodelação.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Abraço ao Ventre

Quero dar-te as boas-vindas mesmo sabendo que nunca chegarás a entrar em mim.
Quero conhecer-te mesmo sabendo que nunca te viverei.
Mas sabe que, viverás sempre em pensamento, em vontade e em paixão.
Sabe que te amo, mesmo que não te conheça, ainda...
Sinto um ardor que me queima, que me chama para junto de ti, que me quer descobrir-te. Acredita que não sou eu quem decide, por mim estaria cá para ti, para te encarnar.
Acho que nem sabes o quanto me enche o peito de dor, saber que te deixo cá abandonada, à deriva, sabendo que ninguém irá viver-te em condições...
Fica um adeus, um até já, um até um dia, ou na verdade... um até sempre Cassandra!
-
Ainda estamos pouco próximas, nem sei se um dia iremos ficar.
Não sei se teremos temposuficiente uma com a outra...
Sinto que me falta paixão, aquele frenesim que é necessário.
Sei que te admiro e que tenho até um pouco de medo de ti...
Sei que gostaria de um dia ser como tu e se calhar é por isso que não me entrego, que não me dou a ti.
Merecias mais... mais que eu, desculpa.
Desculpa se te desiludo, eu não quero magoar ninguém.
Mas tenho inveja, inveja de não ter força para ser como tu.
Dá-me forças para continuar, temos que estar juntas, unidas, fundidas numa alma só.
Ajuda-me... e desculpa-me, por não ser suficiente para ti.
Por agora, até daqui um tempo, até daqui a uns dias, até amanhã Julieta!
-
Não há vergonhas nem receios entre nós, não há arrufos nem constrangimentos.
Entre nós não há qualquer espaço.
A marca que deixaste é inapagável.
Para ti não há qualquer descrição possível, para ti não há palavras.
Contigo não se diz, sente-se.
E é com lágrimas a escorrerem-me pelas faces que digo, porque nada mais posso dizer,
Que naquele dia não morreu a minha personagem, não...
Naquele dia morreu uma enorme parte de mim,
Porque a personagem, essa, há-de pairar no ar, há-de vir sempre ter comigo nas noites de trovoada e quando eu mais precisar,
Há-de sussurrar-me ao ouvido o conselho que me fará ultrapassar o problema.
Por tudo isto,
A ti, adeus seria um pecado, até já um crime e até sempre uma infracção gravíssima.
A ti, Bom dia, Boa tarde e Boa noite Ophélia!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desejos Vãos

Eu idealizo-te, és a minha pessoa. A minha pessoa.
A pessoa que, na minha cabeça, é o equiíbrio perfeito de qualidades e fraquezas.
És a minha harmonia. O meu refúgio, onde sei que não há nada que penetre mais fundo do que tu.
Reflectes, meditas, pensas sobre as coisas. Pensas, tal como eu sonhei.
Importas-te, valorizas e percebes... percebes tão bem.
Entendes, tão bem...
Tens consciência, apercebes-te. Raciocinas.
Admiro-te por isso, por seres quem és. Tudo em ti. És a minha perfeição.
Imagino-te e és real. És mesmo real. Vejo-te passar todos os dias, com a profundeza do teu olhar a denunciar todo o teu conhecimento. No entanto, não te amo, não sou apaixonada por ti.
No entanto, consigo viver sem ti.
Porque és a minha pessoa, a minha pessoa. Sem ti, não sou eu. Sem ti, não chego lá. Mas vivi até hoje sem uma palavra matinal murmurada ao meu ouvido depois de uma noite de sono partilhado. Vivi até hoje sem o teu cheiro nas minhas roupas, sem o teu toque asperamente tão macio. Fi-lo até hoje e continuarei a fazê-lo.
Simplesmente, eu sou tu e tu és eu. És a simplicidade que eu procuro eternamente.
Sei viver sem ti, mas sem ti não sei o que é vida. Preciso de ti para a descobrir.
Aceito que nem tudo está destinado a acontecer, nem todas as histórias podem ter finais felizes. Por isso continuo por esta minha estrada fora, esperando, sonhando, rezando para que um dia cruzes este meu caminho e que o possamos reconstruir juntos.
Fico à espera que te despeças de mim...
Mas as palavras... essas... pisa-as toda a gente.

domingo, 26 de abril de 2009

Chega-te ao pé de mim... e murmura

Hoje preciso de ser abraçada.
Precisava que alguém quisesse abraçar-me.
Sentir os braços apertados à minha volta, tão apertados que mal me deixariam respirar.
Sinto-os a chegarem cada vez mais perto...
A agarrarem-me, cheios de força,
Mas tão meigos e gentis ao mesmo tempo.
Agarram-me como se não houvesse amanhã.
Como se não conseguissem viver sem me ter.
Os braços seguram-me e o mundo pára.
Não quero que me largem, sinto-me segura.
E eu estou a adorar cada segundo,
O sentimento de pertença.
Calor humano.
Não me conseguem largar e eu não suportaria que me largassem.
Sinto a pressão contra o meu corpo,
A necessidade que eles têm de me sentir.
De me ter contra eles.
Sinto um pequeno murmúrio.
Tão subtil como uma leve brisa de verão.
Os meus ouvidos saboreiam-no.
Murmúrios, palavras que ficam.

Hoje precisava que precisassem de mim.
Precisava de ser abraçada.

Hoje precisava que alguém não soubesse viver sem mim.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cresci, pai.
Cresci, mãe.
Com todas as infantilidades que ainda me invadem, com todas as más decisões que ainda tomo, com todos os defeitos, ingenuidades e até mesmo com todas as criancices, eu cresci. Sei já distinguir o certo do errado, sei já o que é ter a consciência pesada por um erro que cometi, sei já o que é pagar por um erro. Tenho noção dos limites do aceitável e sei também aquilo que tenho de fazer para chegar a certos sítios. A teoria está cá toda, aprendi-a muito bem e sei muito bem pô-la em prática, mas agora, é a minha vez. É a minha vez de mostrar o que aprendi. Agora, as decisões são minhas. Preciso de voar, segundo as minhas regras. Preciso de viver, segundo as minhas regras. Eu já sei o que é sentir felicidade, tristeza, angústia. Já aprendi o que me magoa, já sei o que me faz feliz. Já descobri exactamente quais as palavras que me deitam abaixo e as que me levantam para cima. Conheço-me já e por isso sei que ainda tenho muito por conhecer e que muito há-de ficar por conhecer. Já conheço as minhas fraquezas. É verdade que não sei lidar com os meus sentimentos. Mas afinal, quem é que sabe? Sei também que há muito que não sei sobre o mundo e sobre a vida. Sei que tenho muito a aprender, mas só o sei, porque há muitas outras coisas que eu já descobri. Felizmente, já sei o que é sentir-se levitar, já sei o que é quase morrer de dor, o que é sofrer com a sensação de que nunca se voltará a sofrer tanto, já sei o que é desejar morrer. Já sei o que é ter medo, o que é ter pavor. Já vivi a angústia e a frustração. Já vivi a paixão. Mais que tudo, eu já vivi o meu equilíbrio, já tive a sensação de pertença, a sensação de encontrar a outra metade de mim. A sensação de que por uma coisa, tudo vale a pena. A sensação de que o mundo está no seu exacto lugar. A sensação de preenchimento total. A sensação de momentos de pura felicidade. Sei o que é estar no êxtase. A sensação de que, num momento, a vida pode ser perfeita. Já sei o que é. Já encontrei o que muitos nunca chegam sequer a sonhar encontrar. Já posso dizer, sei o que é melhor para mim. Neste momento da vida, isto é o melhor para mim. Sei-o com todas as minhas forças. Agora, isto é o melhor para mim. Claro que sei que tudo é ultrapassável e sei que não seria o fim do mundo. Não, não seria. Haveria coisas boas e coisas más, como em tudo. Sei que conseguiria. Conseguiria e sairia de cabeça erguida, ciente de que teria feito tudo o que podia para alcançar o objectivo, simplesmente porque é assim que eu sou. Mas não teria vivido. Não teria sido eu. Conheço a infelicidade e vejo-a à minha frente, como um espelho. Para que me forçam a fazer este esforço, este esforço de alcançar um objectivo que não é meu, se me vai dar uma dor tão funda que à noite, enrolada nos lençóis, vou chorar e pedir colo? Para quê se eu sei que me vai desgastar, que me vai tornar mais fria, que me vai tornar mais resignada, mais egoísta, mais amargurada, tudo coisas que eu já sou e que não preciso de ser mais. Se eu sei disso, para que é que mo fazem? Vou estar a fazer um esforço enorme de adaptação, de estudo, de integração, de conhecimento, com o fim de alcançar um objectivo que não é meu. Que gozo me dá saber que cumpri um objectivo que só me invade a alma de lágrimas. Parabéns! Parabéns?! Parabéns? Que valor têm esses parabéns? Parabéns que me dão por um objectivo que era vosso. Vou esfolar-me viva, por um objectivo, um orgulho que será vosso. Quando no final me disserem:
- Foste fantástica. Recuperaste coisas que pareciam impossíveis de recuperar na tua situação e deste a volta por cima.
Quando mo disserem, eu vou sentir um vazio. Um vazio cortante, de um sucesso indesejado. Eu sou já capaz de tomar decisões, erradas ou acertadas, são as minhas decisões. As decisões de acordo com o meu discernimento, eu já o tenho. A capacidade intelectual, não serve só em termos académicos, serve na vida. Não consegui isto sozinha, consegui-o com vocês, que me educaram, que me ajudaram a tornar-me naquilo que sou hoje. Eu já sei o que é melhor para mim. Tenho uma característica, que é, independentemente do que seja, quando entro em qualquer coisa, tenho de consegui-la. Quando tenho um objectivo, chego até ele. Custe o que custar. Se tiver que me virar sozinha, eu sei que o consigo fazer, simplesmente porque não me meto em coisas que não consiga fazer. A minha vida, este sofrimento, este aperto que não sai, quero tirá-lo. Eu sei o que faço. Só quero voar. Acreditem, eu não vou cair. Sei o que é sentir-me nas núvens, por favor, não mo tirem, nem por um minuto. Eu sou capaz. Sei que sou capaz. Sei que sou capaz de viver. Viver como identidade pessoal que sou. Tornei-me numa identidade pessoal.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Midnight chats

I light up a candle and it burns throughout the night. It keeps burning all through the day. When I get home again, it's there, still burning, with the same intensity. I know the candle will keep on burning untill I need it to burn. I will keep it burning.
Mesmo que mas tenhas levado, eu sei que elas vão voltar. Eu sei.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Considerações

Eu devia estar a chorar, a fazer o "luto". Eu devia estar a choramingar e a sentir pena de mim mesma, e era isso que me apetecia estar a fazer.
Mas não estou.
Estou deitada na cama, a ouvir música e a escrever.
Estou a pensar na vida, nos problemas, nas frustrações.
Estou a pensar em todas as razões que tenho para me lamentar.
Mas mesmo assim, não me estou a lamentar.
É assim, tenho quebras, momentos de fraqueza.
Coisas que simplesmente não consigo evitar. Agora, no momento em que estou sozinha, rodeada só por mim e por livros, no momento em que podia fraquejar, estou a enrijecer.
Quero as minhas palavras. Quero-as de volta. Foste embora e levaste-as contigo, quero-as de volta.
Podes ter-me levado tudo, mas quero as minhas palavras.
Despiste-me, deixaste-me ao frio, tu, vida madrasta.
E mesmo assim, hoje, agora, esta noite, não me arrancam uma escorregadela.
Mas quando vacilei... ela estava comigo. Não me posso queixar.
É por isso que hoje não me lamento, porque quem tem o conforto de alguém, não se pode dar ao luxo de se queixar.
Agora vou fechar os olhos e sonhar... Sonhar connosco.
Sonhar com o que poderíamos ter sido, eu e tu.
Ophélia e Hamlet.
O que poderíamos ter sido...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Desta vez


Dizem que a pessoa se habitua a sofrer. Cada vez custa menos.
Ainda bem.
Parece que desta vez já vejo uma luz ao fundo do túnel.
Desta vez não custa tanto.
Desta vez já não é uma serra eléctrica, é só uma faca.
Desta vez já não corre um rio pelos meus olhos, já só molho as pálpebras.
Desta vez já não guincho até ficar rouca, já só mando um grito mudo.


Desta vez já não me apanham a olhar para o horizonte, já só olho para o vazio.
Desta vez já não deixo de rir, já me saem rasgos de sorriso.
Desta vez já não caio, já consigo manter-me de gatas.
Desta vez, consigo olhar para trás e perceber que foi bom, que o voltava a fazer.
Desta vez, consigo perceber o porquê. Ou pelo menos finjo que percebo.
Desta vez, tu fizeste-o outra vez
Mas desta vez, eu já tenho força para não ser arrastada pela corrente.
Desta vez, tu fizeste pior que das outras vezes,
Mas eu já sei comportar-me, já sei curar-me.
Desta vez, já não me apanhas.
Hei-de correr que nem gazela, sem que nenhum de vocês me consiga apanhar.
Andei anos em formação, a dar forma à frase, o que nao nos mata, torna-nos mais fortes.
Agora, cheguei, estou cá e sei que não me arrependo.
Sei perfeitamente que se voltasses, eu estaria aqui para ti.
Mas sei também, que não era por ti, era sim por mim.
Mas eu perdoo, no fim de contas, já mo fizeste tanta vez.
De pior já não posso estar à espera.
Nostalgia.

sábado, 14 de março de 2009

Soltem gargalhadas,
Soltem risos,
Banalizem o pouco que ainda resta.
Afugentem-me, façam-no, porque sou eu que já não quero.
Mas tenho medo de já não querer.
Tenho medo de tomar uma posição, de fortalecer, de me fazer um homem.
Não me culpem, todos temos fraquezas.
Se calhar as minhas estão mais à vista, ou então se calhar estão mais escondidas...
Escondidas atrás de um pano, para escutar toda a conversa.
Soltem gritos,
Soltem palmas,
Vulgarizem o que ainda resta.
Façam-no, por mim, por vocês, pela humanidade.
Banalizem tudo, para que mais ninguém, senão eu e deus, saiba da desgraça.
Saltem, corram, dançem e anunciem a chegada do messias.
O que eu queria agora era uma injecção de adrenalina, ou talvez de estupidez.
Pagaria uma fortuna para ser estúpida.
Para não entender o que entendo.
Mas também não entendo grande de coisa... aliás, não entendo nada.
É que eu já não entendo nada.
Agora basta-me pegar na minha máscara número 1604 e sintonizar na frequência da nostalgia.
Adormeçam as tormentas, pode ser que elas assim não explodam e fiquemos a salvo.
Contem com isso, que assim salvaremos a humanidade.
Acho que foi o melhor plano de salvação alguma vez feito.
Descobri a pólvora.
Continuem a varrer para debaixo do tapete. Enquanto ninguém souber do estado degradante da humanidade, ninguém sofre com isso e continuamos a viver alegremente.
Fantástico, gritem, batam palmas.
A genialidade comove-me.
A genialidade de assumir a estupidez como saída, comove-me.
Mas, realmente, seria ignorância da minha parte achar que tratar de assuntos com inteligência seria um bom caminho para a salvação.
O mundo é uma selva, salve-se quem puder.
A vida, que merda de vida. Que merda de gente, que merda de situações.
Porque é que não podemos ser livres? Livres.
Se ao menos a vida fosse justa, mas não.
Dá-nos uma alegria e logo a seguir tira-nos o chão.
Tento trepar, o mais rápido que possa, trepar as paredes para não cair no fundo do poço.
A minha cabeça vai explodir porque já é inaguentável e insustentável.
Dói, dói.
Saiam todos daqui, vão-se embora, não me toquem, não tenham pena de mim porque eu sei que vou voltar a erguer-me, vou voltar a sonhar.
Eu sei que um dia ainda hei-de amar, amar alguém, amar alguma coisa que seja.
Eu quero amar, quero ser capaz de amar, quero saber o que é sentir que se daria a vida por alguém.
Preciso que me estendam a mão, preciso que me deixem voar, que me deixem sentir, que me deixem ser, ser mais alto.
Sozinha no escuro, sozinha na vida.
Sozinha em todo o lado.
As lágrimas caiem-me pela cara abaixo. Se ao menos eu as chorasse ao pé de alguém. Mas de nada serviria, o ser humano é detestável.
A raiva pelo homem, pelo mundo. Já nem sei o que estou a escrever, estou simplesmente a deixar fluir. O que está a fluir é esta minha raiva.
Raiva por tudo, tudo, tudo.
Por favor, alguém me dê uma razão para acreditar em alguma coisa que seja.
Fé... Não sei. Arrastas-me e eu não sei para onde me levas.
Tu, que vejo seres a minha única salvação. Salvação essa que eu não tenho.
Deixar de existir, queria deixar de existir. Gostava de ser uma deusa, para observar o ridículo do ser humano.
O domingo é um dia tão bonito. É o dia dos piqueniques, dos passeios alegres pelo parque numa tarde amena de verão. É o dia das flores.
Quero um dia de chuva, só para poder dizer que condiz comigo. Quero que hajam tempestades com trovões e relâmpagos, que hajam naufrágios e desastres naturais.
Só para que possa dizer que o mundo condiz comigo, que estamos em sintonia, porque nunca me senti tão fora de tudo.
Sinto-me fora da vida.
Sinto-me fora da vida.
Bato à porta.
Por favor, alguém me deixa entrar?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Mas porquê dizer alguma coisa?
Às vezes temos de saber aproveitar o momento sem dizer nada.
Sem abafar a escrita nem as palavras nem a voz que elas têm.
Deixar as palavras fluir sem qualquer sentido.
Sem terem de estar a querer dizer alguma coisa.
Não vamos estragar o sentir com o pensar.
Deixar andar, disfrutar, porque não sabemos quando tempo é que vai durar.

sábado, 7 de março de 2009

Farewell

Ao menos tirei um grande peso de cima, mas acho que nem isso me consola quando penso que ontem perdi um grande pedaço de mim. Deixei em cima daquele estrado um grande pedaço da minha vida, dos meus medos, das minhas angústias, das minhas frustrações. Saio feliz, feliz por tudo o que passei neste último meio ano com ela. Feliz por toda a ligação que criei com ela. Obrigada, ocupaste um enorme lugar em mim. Agora tenho que me despedir, e como disse, deixei contigo grande parte de mim, deixei em ti, grande parte de mim e tu deixaste em mim, uma enorme parte de ti. Eu e tu passámos a ser uma fusão, uma fusão de duas mentes perturbadas, por razões diferentes e em circunstâncias muito diferentes, mas ali e durante este tempo todo, fomos uma só. Fomos uma mistura e uma correspondência, fomos de uma grande cumplicidade.
Eu detesto despedidas, mas vai ter que ser.
Farewell Ophelia.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Hoje não estou inspirada nem consigo escrever, mas apetecia-me.
Só posso dizer, muita merda.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O tempo passa e parece que eu nem dou por isso... Não sei qual a atitude que devia ter. Alguém me explica? Os dias começam a passar mais rápido e aproxima-se. Nem consigo definir bem o que sinto, ansiedade, nervosismo, indiferença, medo, pavor, inquietação, nostalgia?
Ai, hoje estou simplesmente confusa, parece que nada faz sentido. O melhor é nem dizer mais nada, nestes dias temos é que calar a nossa boca.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

É por ti que faço isto, é por ti. Sei que estás aí, que existes tão vivamente em mim quando estou lá em cima. É por ti, é por te amar de tal maneira que nada importa. Se alguém me visse, visse mesmo, aí sim. Se falasse até as paredes caíriam de vergonha. É por ti meu amor, porque sei que estás aí, mas se alguém me visse... Meu amor, minha querida, minha flor. Porque só tu me vês no meu mais profundo ser. Porque só tu me enches quando estou só. Por agora, és minha vida, um dia hás-de deixar de o ser, mas por agora, ainda o és. Vou ter saudades tuas minha flor, quando te fores, vou ter saudades tuas flor... Vai em paz minha pomba. E a todas as almas cristãs, assim peço a Deus, ide em paz...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

coerência



O homem não me encanta e a mulher também não.
Desisto

sábado, 14 de fevereiro de 2009

if quitting isn't it, then what is

Arrasto-me por entre a multidão. Arrasto-me por entre a multidão de pensamentos.

Por entre a multidão do vazio, por entre a multidão da doença que me corrói o corpo.

Este corpo, já frágil, frágil e oco.

Estou tonta, tonta de tanto procurar, de tanto dar a volta à cabeça à procura.

Patética de tanto esperar.

Esperar por um nada que nunca vai chegar, porque simplesmente não existe.

E a doença, a doença.

Esta doença que não me deixa viver.

Doença essa que me acompanha e que me faz ver o quanto eu não posso fazer, o quanto eu não tenho direito de fazer, o quanto não é possível.

E eu tento à força viver esta vida, que já está vivida, que já foi mastigada, engolida e cuspida fora. Esta vida que já está tão gasta, tão esfolada, esta vida que não tem ponta por onde se lhe pegue.

Esta vida que é a maior inutilidade deste mundo, e do outro.

Esta vida sem sentido, onde as pessoas procuram à força agarra-se a algo que não existe só para se sentirem seguras e não se aperceberem de que a vida esta vazia.

Vão-se enganando e fingindo que não percebem que nada disto faz sentido, que não há uma lógica para isto.

Isto é o caos, o caos na terra. E todos fecham os olhos a este caos que consome tudo o que há para consumir.

Sobram aqueles que olham, os que vêm a desgraça que habita todos os dias ao nosso lado.

A desgraça que recai sobre todos, mais cedo ou mais tarde.

Mas que importa?

Não há nada para viver, porque a doença não deixa.

Tento despir-me desta pele, mas ela está tão agarrada a mim e ao mundo que não sai.

E eu tento arrancá-la e ela não sai, não sai, não, não sai.

E fico para aqui, moribunda, sem nada a que me agarrar, e a pensar.

A procurar...

A indagar...

Será que um dia?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

When things are dark, search for nirvana

Right or wrong
Fair or unfair
They've always taught us to search for the bright side of things. Everything happens for a reason, they say, or, you'll see it's not going to be that bad.
What if it will?
What if they're the ones that aren't seeing how bad it's going to be.
What if you have a choice and they simply don't let you make it?
What I say? Deal with it, or else, find a way to fight it.
Powerless, that's how you feel. Powerless.
So, what do I do next? Answer me please, if you're listening, or reading, answer me please...
Because I just don't know

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Living 'till the end of the race

Não se explica...


Sente-se


Não se compreende...


Sente-se


Não se atinge...


Sente-se


Não se sabe...


Sente-se


Não se domina...


Sente-se


Não se diz...


Sente-se


E quando não se sente, tenta-se explicar, compreender, atingir, saber, dominar, dizer, mas não vale a pena, porque não se explica, compreende, atinge, sabe, domina ou diz...



Sente-se.


Quando não dá para sentir


Acabou


Apenas confia nos céus para que eles ajudem


E deixa-se andar, andar, andar



Acredito profundamente no mal do mundo.

Acredito profundamente na inutilidade da família.

Acredito profundamente na estupidez das relações interpessoais.

Acredito profundamente na necessidade das relações interpessoais.

Acredito profundamente na solidão.

Acredito profundamente na reflexão.

E acredito profundamente na morte.



Live and let live... I would concentrate on the live part and everyone else could concentrate on the let live part. That would be the perfect, selfish, world.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mais

I really don't see a possible way out... Problems are big or small, and usually when we think we have a huge problem, after solving it, it seems that it was actually not that big. The thing is that when we do have the problem in hands it does seem huge and impossible to solve. So what do we do then? What are we supposed to do then?
Este sentimento de falha, de desilusão, esta frustração por não ter conseguido dar mais, não ter conseguido ser mais, está invadir-me completamente. Eu sei que ponho a fasquia demasiado alta constantemente, mas mesmo assim, hoje ultrapassou qualquer fase razoável, entrou mesmo no nível do péssimo. A angústia de não ter conseguido é tão grande... Chego a dizer que tenho vergonha de mim mesma, vergonha de ter mostrado algo em que eu própria não acreditei. Sinto-me derrotada. A vitória foi para a pressão. A pressão que me estrangula e não me deixa respirar. A todo o lado que eu vá a expectativa e a pressão estão presentes. Acho que hoje me superaram, a pressão e a expectativa, ganharam. Venceram a batalha que há tanto travávamos. Era inevitável isto acontecer... era só uma questão de tempo. Ninguém é invencível, muito menos eu. Então hoje, saí de cabeça baixa, envergonhada pela minha derrota. Com uma mão à frente e outra atrás. Humilhada. A verdadeira questão, é que a maior vergonha e a maior humilhação não são com os outros, é comigo. Não me perdoo, não me consigo perdoar. Agora é comigo, a atitude mais fácil seria desistir, ceder, render-me à pressão e à expectativa, mas não. Nunca foi o meu género escolher o caminho mais fácil, não há-de ser agora que o vou fazer. Vou lutar, mais uma vez. Tentar mais uma vez, mais outra vez, e sempre. Já me acostumei a ficar sempre aquém das minhas próprias expectativas, hoje foi mais uma dessas tantas vezes, o único problema é que hoje fiquei ainda mais longe das minhas expectativas do que é habitual. Ainda mais longe... Falhei e não me perdoo por isso. A minha vontade é desistir, deixar de lutar, porque acho que não vale a pena. No final sei perfeitamente que a vida não vai ser fácil, que não vou sequer continuar neste mundo, porque não há lugar para todos, portanto, a minha vontade era desistir, mas não o vou fazer. Não o vou fazer por uma simples razão, eu quando estabeleço objectivos tenciono cumpri-los, até hoje ainda não falhei nenhum, não quero começar agora. Mesmo que este objectivo não fique cumprido da maneira mais talentosa, ao menos cumpri-o. O objectivo então é cumprir. Cumprir o melhor que for possível. O melhor de mim, dar o melhor de mim, ser o melhor de mim, dar sempre mais, ser sempre mais, porque nunca chega, querer sempre mais. Nunca me contentar, porque sei que posso sempre dar mais.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Quando chove e o dia nos parece depressivo...

Agora há chuva, chuva e mais chuva (não sei porquê, hoje estou shakespeariana). A chuva é algo de extrema beleza, as gotas a cairem, o som, o sentir... mas realmente apanha-nos em dias em que tudo parece em baixo, escuro e decadente. O céu está encoberto e cheio de nuvens, a chuva cai e realmente todo o nosso dia parece depressivo. Não gosto deste tempo, parece-me inútil e pouco produtivo, acho até que não liga nada com a minha maneira de ser. Se tivesse que me descrever acho que a melhor estação do ano seria o outono, apesar de gostar mais do verão.
Há coisas que nos ultrapassam e que ultrapassam também o tempo, coisas que por mais que faça sol, não melhoram. São essas coisas que num dia de chuva parecem problemas absolutamente irresolúveis e que num dia de sol parecem simplesmente irresolúveis. Por isto, os dias de chuva deprimem-me, porque neles tudo parece mais grave. Só o humor das pessoas é diferente e muitas pessoas juntas com o humor alterado por causa da chuva dá um ambiente de mau humor o que pode logo arruinar uma tentativa inocente de conseguir passar por um dia de chuva optimista. Todo esse tipo de tentativas caem por terra, eu penso que por causa da chuva. Todas estas questões por causa da chuva, um fenómeno natural tão bonito e ao mesmo tempo algo que pode mudar por completo o nosso dia.
Eu sou da opinião de que todo o tipo de pormenores altera o nosso estado de disposição, o que leva à alteração da maneira como vemos os problemas ou obstáculos que nos aparecem nesse dia, logo todo o sofrimento que pode ser causado por esses mesmos problemas. Tudo é vulnerável, instável e inseguro, nada se mantém igual por mais que nós queiramos. Vivemos em constante mudança, de acordo com tudo o que nos rodeia, desde do acordar ao deitar. Basta um barulho irritante de manhã quando não nos apetece acordar para ficarmos de mau humor durante o resto do dia. Mas se assim é, os problemas têm a gravidade com que os vemos e têm a importância que nós lhes dermos. Mas isso não controlamos, para isso basta um pouco de chuva...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O início

Acho que depois de tanto tempo desperdiçado a ver blogues e tanto tempo desperdiçado a ler textos intermináveis, decidi criar um para mim própria. Sempre tive a necessidade de escrever para me livrar dos pensamentos que normalmente tomam conta da minha mente e agora tenho a possibilidade de o fazer. Simplesmente pôr os dedos em cima do teclado e deixá-los trabalho ao ritmo da minha razão e emoção combinadas (o que não pode dar bom resultado). Acho que até estou um pouco amedrontada de fazer isto. Nunca se sabe o que a mente humana pode gerar. Só pretendo escrever, escrever e escrever. É isso que quero, escrever, escrever e escrever, sem mais nada...