sábado, 14 de março de 2009

A vida, que merda de vida. Que merda de gente, que merda de situações.
Porque é que não podemos ser livres? Livres.
Se ao menos a vida fosse justa, mas não.
Dá-nos uma alegria e logo a seguir tira-nos o chão.
Tento trepar, o mais rápido que possa, trepar as paredes para não cair no fundo do poço.
A minha cabeça vai explodir porque já é inaguentável e insustentável.
Dói, dói.
Saiam todos daqui, vão-se embora, não me toquem, não tenham pena de mim porque eu sei que vou voltar a erguer-me, vou voltar a sonhar.
Eu sei que um dia ainda hei-de amar, amar alguém, amar alguma coisa que seja.
Eu quero amar, quero ser capaz de amar, quero saber o que é sentir que se daria a vida por alguém.
Preciso que me estendam a mão, preciso que me deixem voar, que me deixem sentir, que me deixem ser, ser mais alto.
Sozinha no escuro, sozinha na vida.
Sozinha em todo o lado.
As lágrimas caiem-me pela cara abaixo. Se ao menos eu as chorasse ao pé de alguém. Mas de nada serviria, o ser humano é detestável.
A raiva pelo homem, pelo mundo. Já nem sei o que estou a escrever, estou simplesmente a deixar fluir. O que está a fluir é esta minha raiva.
Raiva por tudo, tudo, tudo.
Por favor, alguém me dê uma razão para acreditar em alguma coisa que seja.
Fé... Não sei. Arrastas-me e eu não sei para onde me levas.
Tu, que vejo seres a minha única salvação. Salvação essa que eu não tenho.
Deixar de existir, queria deixar de existir. Gostava de ser uma deusa, para observar o ridículo do ser humano.
O domingo é um dia tão bonito. É o dia dos piqueniques, dos passeios alegres pelo parque numa tarde amena de verão. É o dia das flores.
Quero um dia de chuva, só para poder dizer que condiz comigo. Quero que hajam tempestades com trovões e relâmpagos, que hajam naufrágios e desastres naturais.
Só para que possa dizer que o mundo condiz comigo, que estamos em sintonia, porque nunca me senti tão fora de tudo.
Sinto-me fora da vida.
Sinto-me fora da vida.
Bato à porta.
Por favor, alguém me deixa entrar?

2 comentários:

  1. aquelas a que bateres que eu puder abrir, já estão escancaradas! até faz corrente de ar! entra se quiseres.

    (acho que andamos com um complexo qualquer com portas...)

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