domingo, 31 de maio de 2009

Juliet's Trilogy

"I don't have the strength to stay away from you anymore"
"Then don't"

Há algum tempo disse que estava rodeada pelos meus livros, deitada na cama e que não conseguia chorar.
Hoje, estou deitada na cama, rodeada por nada e só consigo chorar.
Queria encontrar-te, mas queria mesmo. Não quero olhar para o céu todas as manhãs da maneira como olho.
Quero olhar para o céu de maneira diferente, quero levantar-me da cama de maneira diferente e quero trocar a ordem de lavar a cara e de pôr os brincos.
Quero, ao sair de casa olhar para trás de maneira diferente. Sentar-me no banco do comboio de maneira diferente.
Preciso da mudança que sei que trarias e que farias em mim. Gostava de ter esperança e de saber escrever.
Gostava de saber cantar. Palrear.

"Não ter forças para se estar afastado de alguém... como?
Estou aqui imóvel a tentar imaginar como seria.
Os nódulos entre os meus olhos ecoam de dor.
Vou adormecer e sonhar contigo, meu amor. Romeu.
Sou Julieta sem pedir nada em troca, sou tua Julieta sem que mo peças."

O texto está estendido em cima da mesa de cabeceira. Está aqui ao meu lado. Só preciso de um empurrão. Preciso de um PC para trabalhar. É só disso que preciso.
Ou não... ou talvez precise de mais. Talvez precise de sentir o que nunca senti.
Talvez precise de uma força que não tenho e que não conheço. Talvez isto não seja para mim. Quero dormir. Nunca mais acordar. Quero sonhar e ver. Quero recordar.
É disso que preciso ou é de algo concreto? Acho que é de algo concreto, mas parece-me que isso não tenho. Tenho que mentir-me e dizer que não.Vou conseguir? Não, não.
Sim.

"Tu não podes ensinar-me a esquecer"
Não podes não, por mim ninguém o faz. Só porque não quero... aliás, não. Que estou a dizer? Se pudesse passá-lo a alguém não hesitava.
Será porque sou fraca, porque não sei viver a dor? É por isso que não atinjo, porque não vejo a dor com olhos de ver? Podes realmente dizer que sim... mas sei que no fim não há-de ser assim... nunca é e nunca há-de ser.
Ah, mas a esperança, como? Não pode ser verdade. Foi-se. Não, já chega, tenho que a restituir. Consigo, força, estás quase lá...
Não.
Foste.
Quero adormecer Julieta.
Quero adormecer, Julieta. Vens comigo?
É um pedido...

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Shall we?
Mudar isto... posso?
Mas não posso mudar o texto.
Já está escrito.
Como é que já está escrito?
Não pode.
Não posso consentir.
Não deixes... protege-me. Para sempre.
Quem és tu? Não sei... Quem és? Quem és? Aparece, aparece... estou há tanto tempo à espera.
Romeu, tua Julieta

te aguarda

te aguardo

"aqui ficarei esperando por esse sol que me anima"

Se ele um dia aparecer.

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Onde é que estás?
Anda cá.
Vem cá, não fugas. Agarra-te a mim.
Pega-me, leva-me contigo.

domingo, 24 de maio de 2009

Tempo de Mudança

Estendeu-se uma enorme melancolia sobre a minha escrita.
Se as palavras são moldáveis, há que moldá-las.
Passei a só saber escrevê-las desta forma, melancólica.
Preciso de uma renovação, de ideias e pensamentos, ambições e visões.
Tenho que reorganizar as gavetas.

Aviso que estou em vias de remodelação.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Abraço ao Ventre

Quero dar-te as boas-vindas mesmo sabendo que nunca chegarás a entrar em mim.
Quero conhecer-te mesmo sabendo que nunca te viverei.
Mas sabe que, viverás sempre em pensamento, em vontade e em paixão.
Sabe que te amo, mesmo que não te conheça, ainda...
Sinto um ardor que me queima, que me chama para junto de ti, que me quer descobrir-te. Acredita que não sou eu quem decide, por mim estaria cá para ti, para te encarnar.
Acho que nem sabes o quanto me enche o peito de dor, saber que te deixo cá abandonada, à deriva, sabendo que ninguém irá viver-te em condições...
Fica um adeus, um até já, um até um dia, ou na verdade... um até sempre Cassandra!
-
Ainda estamos pouco próximas, nem sei se um dia iremos ficar.
Não sei se teremos temposuficiente uma com a outra...
Sinto que me falta paixão, aquele frenesim que é necessário.
Sei que te admiro e que tenho até um pouco de medo de ti...
Sei que gostaria de um dia ser como tu e se calhar é por isso que não me entrego, que não me dou a ti.
Merecias mais... mais que eu, desculpa.
Desculpa se te desiludo, eu não quero magoar ninguém.
Mas tenho inveja, inveja de não ter força para ser como tu.
Dá-me forças para continuar, temos que estar juntas, unidas, fundidas numa alma só.
Ajuda-me... e desculpa-me, por não ser suficiente para ti.
Por agora, até daqui um tempo, até daqui a uns dias, até amanhã Julieta!
-
Não há vergonhas nem receios entre nós, não há arrufos nem constrangimentos.
Entre nós não há qualquer espaço.
A marca que deixaste é inapagável.
Para ti não há qualquer descrição possível, para ti não há palavras.
Contigo não se diz, sente-se.
E é com lágrimas a escorrerem-me pelas faces que digo, porque nada mais posso dizer,
Que naquele dia não morreu a minha personagem, não...
Naquele dia morreu uma enorme parte de mim,
Porque a personagem, essa, há-de pairar no ar, há-de vir sempre ter comigo nas noites de trovoada e quando eu mais precisar,
Há-de sussurrar-me ao ouvido o conselho que me fará ultrapassar o problema.
Por tudo isto,
A ti, adeus seria um pecado, até já um crime e até sempre uma infracção gravíssima.
A ti, Bom dia, Boa tarde e Boa noite Ophélia!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desejos Vãos

Eu idealizo-te, és a minha pessoa. A minha pessoa.
A pessoa que, na minha cabeça, é o equiíbrio perfeito de qualidades e fraquezas.
És a minha harmonia. O meu refúgio, onde sei que não há nada que penetre mais fundo do que tu.
Reflectes, meditas, pensas sobre as coisas. Pensas, tal como eu sonhei.
Importas-te, valorizas e percebes... percebes tão bem.
Entendes, tão bem...
Tens consciência, apercebes-te. Raciocinas.
Admiro-te por isso, por seres quem és. Tudo em ti. És a minha perfeição.
Imagino-te e és real. És mesmo real. Vejo-te passar todos os dias, com a profundeza do teu olhar a denunciar todo o teu conhecimento. No entanto, não te amo, não sou apaixonada por ti.
No entanto, consigo viver sem ti.
Porque és a minha pessoa, a minha pessoa. Sem ti, não sou eu. Sem ti, não chego lá. Mas vivi até hoje sem uma palavra matinal murmurada ao meu ouvido depois de uma noite de sono partilhado. Vivi até hoje sem o teu cheiro nas minhas roupas, sem o teu toque asperamente tão macio. Fi-lo até hoje e continuarei a fazê-lo.
Simplesmente, eu sou tu e tu és eu. És a simplicidade que eu procuro eternamente.
Sei viver sem ti, mas sem ti não sei o que é vida. Preciso de ti para a descobrir.
Aceito que nem tudo está destinado a acontecer, nem todas as histórias podem ter finais felizes. Por isso continuo por esta minha estrada fora, esperando, sonhando, rezando para que um dia cruzes este meu caminho e que o possamos reconstruir juntos.
Fico à espera que te despeças de mim...
Mas as palavras... essas... pisa-as toda a gente.