A vida surpreende-me. A todos os segundos.
Sabes quando digo: eu já me senti assim?
É mentira.
É tudo mentira.
Cada sensação é uma nova.
Cada vez que me apaixono, é diferente.
Especialmente quando é por alguém do outro lado da sala com quem nunca falei, e com quem nunca irei falar.
Sabes, essas vezes são as mais bonitas.
Por vezes as palavras poluem o silêncio. O desconhecido. O mistério.
A vida é uma montanha russa sem fim.
Daquelas com vários loopings. Sabes?
Sabes do que estou a falar?
Sabes do que estou para aqui a divagar?
Quando te olhei e desviei o olhar, sabes que a única coisa em que pensava era como gostava de sentir o teu corpo contra o meu?
Sabes?
Sabes que quando disse que não te queria ver mais, a verdade é que não pensava noutra coisa senão ter-te comigo?
Acho que a maioria das vezes que abro a boca, só sai merda. Merda. Merda. Merda.
E se eu pudesse escrever tudo o que penso? Será que ainda me conhecerias como sou?
Será que dirias que não sou a mesma no papel e na realidade?
Sabes que só tenho pensado em ti?
Sabes, gosto de ti.
Aliás, onde é que estás? Quando é que voltas?
Sabes, um dia destes podíamos ir tomar café, o que achas?
Ligo eu ou ligas tu?
Espera, acho que não tenho o teu número.
Calma, acho que ainda não te conheço.
Vou agora andar até aí, olhar-te nos olhos, sorrir sem mostrar os dentes e dizer: Olá, sou a Mafalda.
Sabes, afinal acho que não o vou fazer. Prefiro olhar-te à distância. Pode ser?
Eu fico aqui, quietinha, eu prometo que não vou incomodar.
Mas olha, quando te fores embora, dá-me um toque.
Assim posso ficar de coração partido. Assim posso apaixonar-me outra vez, all over again. Pode ser?
Sabes, gostei imenso de te conhecer.
Sabes, estou com sono.
Sabes, quero dormir.
Sabes, vou-me embora.
Sabes, boa noite.
P.S. Depois, quando tiveres um tempinho... diz-me só quem és, pode ser? Desculpa estar a incomodar.